A arquitetura moderna se difundiu após a Primeira Guerra Mundial com o arruinamento de importantes cidades europeias, se fez importante a sua rápida reconstrução. E a solução viria dos avanços da industrialização e das novas matérias-primas que foram desenvolvidas como, por exemplo, o vidro e o aço. Destacava-se, neste período, o uso do concreto armado, possibilitando assim uma evolução na técnica construtiva.
Seu principal precursor foi o arquiteto suíço Le Corbusier. Em 1926, junto a P. Jeanneret, são publicados os cinco pontos essenciais da “nova arquitetura”: Os pilotis, tetos-jardim (ou terraços-jardim), planta livre, janela em fita e fachada livre (sem ornamentação). Um exemplo clássico de Le Corbusier é o projeto Villa Savoye (1929), executado na França.
A arquitetura moderna é difundida pelo Brasil através do arquiteto Lúcio Costa, muito inspirado pelos ideais de Le Corbusier. Forma-se, então, um grupo de arquitetos modernistas, dentre eles o jovem Oscar Niemeyer, Affonso Reidy, Rino Levi, Osvaldo Bratke, Flávio de Carvalho, dentre outros.
A obra modernista considerada pioneira no Brasil é a Casa Modernista da Rua Santa Cruz, construída em 1927, na cidade de São Paulo, e projetada pelo arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik. Em carta destinada ao CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna), Warchavchik relata as suas dificuldades com a execução do projeto, principalmente pelo alto preço do vidro e do concreto, além da falta de mão-de-obra especializada.
A escola Conselheiro Crispiniano é tombada pelo Decreto Municipal nº 21.143/2000 e também pelo Condephaat em 2014.
João Batista Vilanova Artigas: Nasceu em 1915 em Curitiba e se formou na Escola Politécnica de São Paulo em 1937. Ganhou destaque como arquiteto, mas, para além dessa atribuição, era também intelectual, militante político e professor, características que lhe permitiram construir a sua carreira com genialidade. De acordo com o jornal The Guardian, ele foi, sem dúvida, um dos gigantes da modernidade. Deixou alguns legados edificados aqui na cidade, como a Escola Conselheiro Crispiniano (antigo Ginásio de Guarulhos), o CECAP e o Sindicato dos Metalúrgicos em Guarulhos, e tantas outras obras significativas pelo país. Produziu também um patrimônio intelectual inestimável, que modificou a forma de pensar a cidade, reformulou o currículo de arquitetura e estabeleceu uma nova prática e atuação profissional que não estava vinculada apenas em projetar os espaços, mas materializar ideias e transformar cidades. Seu objetivo era tornar os arquitetos protagonistas na construção e desenvolvimento do país.
Vilanova Artigas era militante do Partido Comunista Brasileiro. Em um momento de polarização política provocada pelos efeitos da Guerra Fria, sua ideologia marcou profundamente seu início de carreira. O arquiteto se dedicou a projetos para construção de escolas públicas, sindicatos patronais e ao planejamento de bairros populares. Passou a criticar a arquitetura moderna, da qual Niemeyer é representante. Nos artigos Le Corbusier e o Imperialismo (1951) e Caminhos da Arquitetura Moderna (1952), criticou o racionalismo modernista em que Oscar Niemeyer era principal representante e fundou a Escola Paulista ou “brutalismo paulista” com os arquitetos Paulo Mendes da Rocha e Ruy Ohtake. Esta escola defendia uma lógica democrática para os espaços, bem como a convivência comunitária, assim as construções caracterizariam-se por sua continuidade espacial, sem portas nem divisões ou barreiras.
Eduardo Augusto Kneese de Mello nasceu em 1906 em São Paulo e se formou em 1931 na Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde também foi professor. Iniciou sua carreira projetando residências em estilo eclético e, mais tarde aderiu ao movimento modernista, trabalhando com vários nomes da arquitetura brasileira. Nessa fase, Kneese deixa de atender os interesses do mercado paulistano e suas obras adquirem uma militância muito mais humana e social e empenha-se em fundar o departamento paulista do Instituto de Arquitetura do Brasil ao lado de Vilanova Artigas.
Tombado em 26 de dezembro de 2000, pelo decreto nº 21.443/2000, as suas antigas instalações foram tombadas como patrimônio histórico. No ano seguinte, pelo decreto nº 21.226/2001 foi realizada a desapropriação do edifício pela prefeitura com a finalidade de transformar o espaço num centro educacional.